segunda-feira, novembro 30, 2009

::: Lula, o Filho do Brasil :::
Recebi por e-mail, desconheço o autor

O filme Lula, o Filho do Brasil faz parte de um projeto de bajulação e de endeusamento do atual presidente da República, o que, às vésperas das eleições de 2010, pode ser uma eficiente propaganda política.

"Lula, o Filho do Brasil, a cinebiografia que estreará nos cinemas no começo do próximo ano, é o primeiro filme de ficção sobre a vida do presidente. A LC Barreto, responsável pelo projeto, enviará 500 cópias ao circuito comercial – o maior lançamento da história do cinema brasileiro. As centrais sindicais, como a CUT e a Força Sindical, planejam projetar a fita para espectadores das áreas mais pobres do país. Os trabalhadores sindicalizados poderão comprar ingressos subsidiados a 5 reais. As estimativas mais conservadoras indicam que, somente nas salas comerciais, 5 milhões de pessoas assistirão ao longa. É pouco diante do que se seguirá. O DVD do filme será lançado no dia 1º de maio, feriado do trabalhador. Em seguida, a Rede Globo levará a fita ao ar, editada como uma minissérie. Ao final, se essa ambiciosa estratégia de distribuição funcionar, Luiz Inácio, o homem que fez história, dará um salto rumo a Luiz Inácio, o mito. Esse mito paira acima do bem e do mal, mas estará dizendo o que é certo e o que é errado na campanha eleitoral de 2010. Por fazer parte de um projeto de beatificação do personagem com vista a servir de propaganda eleitoral disfarçada de entretenimento na próxima campanha, Lula, o Filho do Brasil parece coisa de marqueteiro." (revista VEJA)

Verdades e mentiras do filme

Para fazer o filme, o diretor Fábio Barreto baseou-se nas histórias contidas em uma biografia do presidente Lula, escrita pela jornalista Denise Paraná. Claro que, no filme, o diretor, omitiu episódios da vida de Lula que pudesse apresentá-lo como um fraco, na verdade, como um ser humano comum, e pintou com tintas fortes o momentos em que Lula pode ser apresentado como herói, um ser perfeito. Veja alguns fatos citdos pela revista VEJA, em sua última edição.

No filme - O pai de Lula lhe dá um tapa e,depois,avança para cima de Dona Lindu, mãe de Lula, mas é contido pelo filho, que esbraveja heroicamente com o pai: "Homem não bate em mulher". O pai, envergonhado, abaixa as mãos.

O fato - Na verdade, Lula, quando era criança, presenciou um acesso de fúria de seu Aristides, seu pai, que bateu em Dona Lindu, sua mãe, com uma mangueira. Lula também quase apanhou do pai, mas Dona Lindu impediu a agressão. Portanto, foi Dona Lindu que salvou o filho da surra, e não o inverso, como está no filme.

No filme - Impressionada com o notável desempanho de Lula na escola, sua professora, Dona Terezinha, visita Dona Lindu e se oferece para adotar o menino "de papel passado". Diz a professora: "A senhora não quer que ele seja alguém?". Dona Lindu responde, com aquela altivez que só se vê em filme e novela: "Ele já é alguém. Ele é Luiz Inácio". Que lindo! Tremenda mentira.

O fato - Quando Lula ainda morava em Santos e cursava a 2.ª série primária, sua mãe, Dona Lindu, como todo brasileiro típico, que não sossega o facho em lugar nenhum, quis mudar-se para São Paulo. Dona Terezinha, a professora de Lula, apenas insinuou que adotaria o menino para que ele pudesse continuar os estudos em Santos. Dona Lindu não topou.

No filme - Ao ver um linchamento de um diretor da fábrica, Lula diz ao irmão sindicalista: "Ele também é um trabalhador".

O fato - Durante uma greve, um diretor da fábrica atirou em um operário. Os grevistas, revoltados, o jogaram da janela e o espancaram com selvageria. Lula, que viu a cena, apenas comentou: "Eu achava que o pessoal estava fazendo justiça".

No filme - Lula, ao tomar conhecimento da existência de corrupção no Sindicato dos Metalúrgicos, fica indignado e cobra, veementemente, o afastamento do presidente da entidade.

O fato - Não há nenhuma referência disso na biografia de Lula. A cena provavelmente foi inventada por Fábio Barreto para valorizar o protagonista.

QUEM PAGOU PELO FILME?
Vamos, agora, ao lado prático da coisa. Quem pagou por tudo isso? Segundo a revista VEJA, o filme foi patrocinado e apoiado por um grupo de empresas, a maioria delas com negócios com o governo, que doou 10,8 milhões de reais. Veja a relação abaixo.

AmBev – Em 2005, o BNDES destinou 319 milhões de reais para a empresa de bebidas.
Camargo Corrêa – A construtora participa das obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, tendo recebido, em 2008, 102,7 milhões de reais.
CPFL Energia – O controle da distribuidora de energia está dividido entre a Camargo Corrêa, o BNDES e fundos de pensão de estatais.
EBX – Os empréstimos feitos pelo BNDES às empresas de Eike Batista ultrapassam 3 bilhões de reais só neste ano.
GDF Suez – A empresa faz parte do consórcio responsável pelas obras da hidrelétrica de Jirau e recebeu do BNDES empréstimo de 7,2 bilhões de reais.
Grendene – O BNDES aprovou, em 2008, financiamento de 314 milhões de reais para a aquisição total do controle acionário da Calçados Azaléia pela Vulcabrás dos mesmos controladores da Grendene.
Hyundai – Em 2007, o governo federal deu uma mãozinha para a implantação da fábrica da montadora em Goiás.
Neoenergia – O Banco do Brasil e a Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB) detêm, juntos, 61% da companhia. Em 2008, o BNDES aprovou crédito superior a 600 milhões de reais para a construção de usinas pelo grupo.
OAS – Foi uma das financiadoras da campanha de reeleição de Lula. Participa das obras do PAC, tendo recebido, em 2007, 107 milhões de reais.
Odebrecht – Venceu em 2007, em parceria com a estatal Furnas, a licitação para a construção da usina de Santo Antônio, no Rio Madeira. O valor do investimento foi definido em 9,5 bilhões de reais, com 75% do total financiado pelo BNDES.
Oi – O BNDES aprovou, na semana passada, financiamento de 4,4 bilhões de reais, o maior valor já concedido para uma empresa de telecomunicações. Desde a aquisição da Brasil Telecom (BrT), bancos públicos já aprovaram empréstimos de mais de 11 bilhões de reais ao grupo Oi. O BNDES e a Previ têm participação no bloco de controle da companhia de telefonia.
Volkswagen – Tem contrato com o governo para o programa Caminho da Escola para a renovação da frota de ônibus escolares. Em agosto, entregou o primeiro lote de 1 100 veículos, pelo qual recebeu 223 milhões de reais.


Em janeiro, o filme deve estar em cartaz nos cinemas. Se você for o feliz beneficiado do BOLSA CINEMA, que o goberno de Lula pretende implantar no ano que vem, poderá ver essa "superprodução" por um preço bem pequeno ou até de graça. Você poderá, também, aguardar o DVD, que deverá ser lançado em 2010. Mas não espere cópia pirata. Acho que ninguém vai ter coragem de piratear essa droga.

Eu, de minha parte, não vou ver esse filme. Vou esperar a cinebiografia da Dilma, que deverá ser muito mais emocionante. Por exemplo, como será que vão reconstituiir no cinema a cena do roubo do cofre de Ademar de Barros? Vamos aguardar.

quinta-feira, novembro 26, 2009

::: O Inferno São Os Outros :::
Detonautas

O que seria da tua beleza
se eu fechasse os meus olhos para você?
Do que adiantaria essa tua ideologia
se a tua própria liberdade se transformasse em opressão?

Escute o meu silêncio

Talvez você nem tenha percebido
que eu te quis também
Se ao menos eu pudesse te mostrar
que o inferno são os outros

Você não quis me escutar
e o tempo não parou

Vou sair pra ver o sol
Vou mentir e dizer que não sou feliz
Vou sair pra ver o sol
Deixo a porta aberta se quiser voltar
mas saiba que eu também consigo viver só

A solidão quem me ensinou a ser mais forte
E a qualquer lugar eu vou sem medo

Você não quis me escutar
e o tempo não parou

sexta-feira, novembro 20, 2009

::: Antes que você se vá :::
Verônica H.

Se sua partida é mesmo inevitável, se seu sonho é mesmo indispensável, se sua vida é mesmo impenetrável, vá logo de uma vez. Não permita que eu me apegue e faça planos, não me deixe crer no que não há verdade. Vá antes de borrar minha maquiagem, ferir minha coragem, antes que eu jogue meus instintos de sobrevivência definitivamente pela janela do prédio como se não me importassem mais sentimentos próprios. Não provoque meus medos, não confunda meu discernimento e não destrua meu equilíbrio. Apenas vá. Leve tudo o que é seu para que a lembrança não perfure meu sorriso cheio de lágrimas. Não me deixe criar um relacionamento individual onde eu sou todos os personagens e nenhum enquanto você é a plateia, única, que faz questão de não aplaudir minhas fragilidades teatrais. Você que preenche minhas lacunas de medo e cinco minutos de vida, deve ter um longo caminho de volta pro seu ser, enquanto eu sobrevivo de te esquecer daqui a pouco. Se minhas palavras embaralhadas confundem sua mente, nem peço lucidez. Já sei o quanto você gosta de estar entorpecido pra esquecer seus problemas ao invés de resolvê-los. Mas não ignore o que eu sou por não ter forças em me decifrar, não fuja antes de saber o que eu posso fazer pra te dar uma vida. Seu medo é de ser feliz? Então dividimos esse pavor doentio da alegria, podemos partilhar o pânico de sorrir até que a tristeza não faça mais sentido a dois.

Se sua partida é mesmo inevitável, se seu sonho é mesmo indispensável, se sua vida é mesmo impenetrável, ao menos arrisque me carregar junto de você.