domingo, setembro 28, 2008

::: Angel :::
Jon Secada

I, I can't read the future
But I still wanna hold you close
Right now, I need that from you
So give me the morning
Sharing another day with you
Is all I want to know

And baby I, I've tried to forget you
But the light of your eyes
Still shines, you shine like an angel
A spirit that won't let me go

And I, I didn't wanna tell you
Things I didn't wanna know myself
I was afraid to show
But you, you gave me a reason
A reason to face the truth, oh yes you did
To face the truth, face the truth
Face the truth

sexta-feira, setembro 26, 2008

::: Das escolhas ... :::
Camilinha

Vejo que morre de fome,
Meu corpo do teu.
Transpiram de saudade,
Meus olhos dos teus.
Seca de tristeza,
Minha boca da tua.

E, vejo apenas
Duas saídas:
Ter-te ou Perder-me.
::: Gostoso Demais :::
Maria Bethânia

Tô com saudade de tu, meu desejo
Tô com saudade do beijo e do mel
Do teu olhar carinhoso
Do teu abraço gostoso
De passear no teu céu

É tão difícil ficar sem você
O teu amor é gostoso demais
Teu cheiro me dá prazer
Quando estou com você
Estou nos braços da paz

Pensamento viaja
E vai buscar meu bem-querer
Não posso ser feliz, assim
Tem dó de mim
O que é q eu posso fazer

quinta-feira, setembro 25, 2008

::: Vamos Viver :::
Herbert Vianna

Vamos consertar o mundo
Vamos começar lavando os pratos
Nos ajudar uns aos outros
Me deixe amarrar os seus sapatos
Vamos acabar com a dor
E arrumar os discos numa prateleira
Vamos viver só de amor
Que o aluguel venceu na terça-feira

O sonho agora é real
E a chuva cai por uma fresta no telhado
Por onde também passa o sol
Hoje é dia de supermercado

Vamos viver só de amor

E não ter que pensar, pensar
No que está faltando, no que sobra
Nunca mais ter que lembrar, lembrar
De pôr travas e trancas nas portas

quarta-feira, setembro 10, 2008

::: Já sei namorar :::
Tribalistas

Já sei namorar
Já sei beijar de língua
Agora só me resta sonhar
Já sei onde ir
Já sei onde ficar
Agora só me falta sair

Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também

Já sei namorar
Já sei chutar a bola
Agora só me falta ganhar
Não tenho juiz
Se você quer a vida em jogo
Eu quero é ser feliz

Tô te querendo
Como ninguém
Tô te querendo
Como Deus quiser
Tô te querendo
Como eu te quero
Tô te querendo
Como se quer

segunda-feira, setembro 08, 2008

::: O Pequeno Príncipe e o Rei :::
(Trecho do Livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry)

Ele se achava na região dos asteróides 325, 326, 327, 328, 329, 330. Começou, pois, a visitá-los, para procurar uma ocupação e se instruir.

O primeiro era habitado por um rei. O rei sentava-se, vestido de púrpura e arminho, num trono muito simples, posto que majestoso.

- Ah! Eis um súdito, exclamou o rei ao dar com o principezinho.

E o principezinho perguntou a si mesmo:

- Como pode ele reconhecer-me, se jamais me viu?

Ele não sabia que, para os reis, o mundo é muito simplificado. Todos os homens são súditos.

- Aproxima-te, para que eu te veja melhor, disse o rei, todo orgulhoso de poder ser rei para alguém.

O principezinho procurou com olhos onde sentar-se, mas o planeta estava todo atravancado pelo magnífico manto de arminho. Ficou, então, de pé. Mas, como estava cansado, bocejou.

- É contra a etiqueta bocejar na frente do rei, disse o monarca, Eu o proíbo.

- Não posso evitá-lo, disse o principezinho confuso. Fiz uma longa viagem e não dormi ainda…

- Então, disse o rei, eu te ordeno que bocejes. Há anos que não vejo ninguém bocejar! Os bocejos são uma raridade para mim. Vamos, boceja! É uma ordem!

- Isso me intimida… eu não posso mais… disse o principezinho todo vermelho.

- Hum! Hum! respondeu o rei. Então… então eu te ordeno ora bocejares e ora…

Ele gaguejava um pouco e parecia vexado.

Porque o rei fazia questão fechada que sua autoridade fosse respeitada. Não tolerava desobediência. Era um monarca absoluto. Mas, como era muito bom, dava ordens razoáveis.

“Se eu ordenasse, costumava dizer, que um general se transformasse em gaivota, e o general não me obedecesse, a culpa não seria do general, seria minha”.

- Posso sentar-me? interrogou timidamente o principezinho.

- Eu te ordeno que te sentes, respondeu-lhe o rei, que puxou majestosamente um pedaço do manto de arminho.

Mas o principezinho se espantava. O planeta era minúsculo. Sobre quem reinaria o rei?

- Majestade… eu vos peço perdão de ousar interrogar-vos…

- Eu te ordeno que me interrogues, apressou-se o rei a declarar.

- Majestade… sobre quem é que reinas?

- Sobre tudo, respondeu o rei, com uma grande simplicidade.

- Sobre tudo?

O rei, com um gesto discreto, designou seu planeta, os outros, e também as estrelas.

- Sobre tudo isso?

- Sobre tudo isso… respondeu o rei.

Pois ele não era apenas um monarca absoluto, era também um monarca universal.

- E as estrelas vos obedecem?

- Sem dúvida, disse o rei. Obedecem prontamente. Eu não tolero indisciplina.

Um tal poder maravilhou o principezinho. Se ele fosse detentor do mesmo, teria podido assistir, não a quarenta e quatro, mas a setenta e dois, ou mesmo a cem, ou mesmo a duzentos pores-do-sol no mesmo dia, sem precisar sequer afastar a cadeira! E como se sentisse um pouco triste à lembrança do seu pequeno planeta abandonado, ousou solicitar do rei uma graça:

- Eu desejava ver um pôr-do-sol… Fazei-me esse favor. Ordenai ao sol que se ponha…

- Se eu ordenasse a meu general voar de uma flor a outra como borboleta, ou escrever uma tragédia, ou transformar-se em gaivota, e o general não executasse a ordem recebida, quem - ele ou eu - estaria errado?

- Vós, respondeu com firmeza o principezinho.

- Exato. É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar, replicou o rei. A autoridade repousa sobre a razão. Se ordenares a teu povo que ele se lance ao mar, farão todos revolução. Eu tenho o direito de exigir obediência porque minhas ordens são razoáveis.

- E meu pôr-do-sol? lembrou o principezinho, que nunca esquecia a pergunta que houvesse formulado.

- Teu pôr-do-sol, tu o terás. Eu o exigirei. Mas eu esperarei, na minha ciência de governo, que as condições sejam favoráveis.

- Quando serão? indagou o principezinho.

- Hem? respondeu o rei, que consultou inicialmente um grosso calendário. Será lá por volta de… por volta de sete horas e quarenta, esta noite. E tu verás como sou bem obedecido.

O principezinho bocejou. Lamentava o pôr-do-sol que perdera. E depois, já estava se aborrecendo um pouco!

- Não tenho mais nada que fazer aqui, disse ao rei. Vou prosseguir minha viagem.

- Não partas, respondeu o rei, que estava orgulhoso de ter um súdito. Não partas: eu te faço ministro!

- Ministro de quê?

- Da… da justiça!

- Mas não há ninguém a julgar!

- Quem sabe? disse o rei. Ainda não dei a volta no meu reino. Estou muito velho, não tenho lugar para carruagem, e andar cansa-me muito.

- Oh! Mas eu já vi, disse o príncipe que se inclinou para dar ainda uma olhadela do outro lado do planeta. Não consigo ver ninguém…

- Tu julgarás a ti mesmo, respondeu-lhe o rei. É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues julgar-te bem, eis um verdadeiro sábio.

- Mas eu posso julgar-me a mim próprio em qualquer lugar, replicou o principezinho. Não preciso, para isso, ficar morando aqui.

- Ah! disse o rei, eu tenho quase certeza de que há um velho rato no meu planeta. Eu o escuto de noite. Tu poderás julgar esse rato. Tu o condenarás à morte d vez em quando: assim a sua vida dependerá da tua justiça. Mas tu o perdoarás cada vez, para economizá-lo. Pois só temos um.

- Eu, respondeu o principezinho, eu não gosto de condenar à morte, e acho que vou mesmo embora.

- Não, disse o rei.

Mas o principezinho, tendo acabado os preparativos, não quis afligir o velho monarca:

- Se Vossa Majestade deseja ser prontamente obedecido, poderá dar-me uma ordem razoável. Poderia ordenar-me, por exemplo, que partisse em menos de um minuto. Parece-me que as condições são favoráveis.

Como o rei não disse nada, o principezinho hesitou um pouco; depois suspirou e partiu.

- Eu te faço meu embaixador, apressou-se o rei em gritar.

Tinha um ar de grande autoridade.

As pessoas grandes são muito esquisitas, pensava, durante a viagem, o principezinho

quinta-feira, setembro 04, 2008

::: Nós odiamos a sua ex :::
Tati Bernardi


Fernanda estava inconformada com a beleza da desgraçada, soube até que a fulana já tinha pousado para umas revistas seminua e que era persona constante em catálogos de lingerie.


Tentava se dizer o tempo todo que tudo bem, o que importa mesmo é o cérebro, e o cérebro dela era muito mais lindo que o da loiraça, mesmo em meio àquelas celulites, estrias e flacidez, a massa cinzenta dela merecia sair numa foto de pernas abertas em capa de revista internacional.


Droga, tô deprimida, por que ele tem que ter aquela ex- namorada loira de dois metros de altura, com as pernas começando no queixo, os seios grandes e em formato de gota e o desenho da boca perfeito? A vaca tem olhos azuis acinzentados!


Clarice sorri superior, não por nunca ter sentido isso, mas por não estar sentindo naquele momento. É delicioso ver um ser humano perdido quando estamos achados:


Calma Fê, ele não está com você? Não diz que te ama? Não está bom? Então deixa a modelo holandesa para lá! Ela devia ter bafo, chulé ou não devia saber a tabuada do sete…ou às vezes era tão bonita que achava que não precisava ser boa de cama…


Ane suspira, balança a cabeça e parece não concordar nem com o desepero de Fernanda e nem com a solução otimista de Clarice:


Ah cansei desse papo, sempre essa mesma desculpa, de que as lindíssimas são burras e limitadas! Olha, eu tenho uma teoria boa a respeito de tudo isso…


Clarice e Fernanda aproximam a cadeira para ouvir mais de perto a grande revelação, o restaurante todo parece fazer silêncio para Ane: a música pára, até o garçom que ia colocar o resto da água com gás no copo de Clarice acha melhor voltar outra hora.
Ane respira e manda a ver:


Vai ter sempre uma mulher mais bonita, mais gostosa, mais inteligente e mais rica do que você! E pronto! Fazer o quê?


As amigas afastam a cadeira de volta à posição original e se olham decepcionadas, a música volta a tocar no mesmo momento em que o copo de Clarice se enche de borbulhas que quase derrubam o limão já na borda. O garçom sente a energia ruim da mesa e pergunta se estava tudo bem com a comida, Fernanda o fuzila com os olhos porque a palavra comida a fez lembrar pela milésima vez no dia que a vaca holandesa era muito gostosa.


Ane sente que pode ser vaiada a qualquer momento e continua:
É verdade, gente, deixa a ex dele ser bonita, fazer o quê? Você também é bonita, mas o mais importante é que você tem uma coisa que ela não tem.


Fernanda arregala os olhos curiosa, qualquer coisa para aliviar sua alma enciumada, diminuída e invejosa.
Ele!Você tem ele!


Ah não, já era demais, nem suas amigas a entendiam mais! Não era o caso de ter ou não ele, ele que se danasse, ele tava fora do jogo. Era o caso de descobrir a mulher ao lado, de sair da bolha da vaidade absoluta e sentir na cara o gelado da realidade, era uma dor egoísta e solitária e nada tinha a ver com a possessão do amor. Era uma dor que tinha muito mais a ver com os traumas do colégio, aquela época desgraçada da vida de qualquer mulher que demora muito para ter bunda e peitos e ainda desfila um semblante infantil enquanto as amiguinhas do recreio já desenvolveram cara de sexo.


Dava no mesmo se Fernanda estivesse sentada num vagão do metrô, se achando a mulher mais linda do mundo subterrâneo, e uma tremenda gostosa entrasse na porra do vagão e a fizesse se sentir menos. Era a competição pura e simples.


Clarice tenta ajudar a amiga contanto uma história própria, nada melhor do que a desgraça alheia para a gente se sentir menos humilhado pela vida.


Olha, quer saber o que é muuuito pior do que uma vaca holandesa? Uma vaca pós- graduada em Londres, formada em cinema, premiada em Cannes, escritora e além de tudo com o péssimo hábito de ser humilde e simpática. A ex do meu ex era exatamente assim! A bunda cai minha filha, a mulher gostosa um dia acaba, envelhece. O que fica é uma mulher interessante para compartilhar o resto da vida. A ex do meu ex era uma puta mulher interessante.


Todas ficam em silêncio. Olhando para dentro de si e se perguntando o quanto eram bonitas, interessantes e o quanto poderiam incomodar as outras mulheres. Afinal, incomodar as outras mulheres era o que importava. Os homens eram meros coadjuvantes nessa competição.

segunda-feira, setembro 01, 2008

::: Amores Caetanos :::
Ana Paula Mangeon

Se quiser conversar, me liga
Se quiser me ver, me chama.
Não façamos do que aproxima, o que afasta.

Eu gosto é assim.
Aparições, desaparecimentos…
Essa incerteza, iminência da surpresa.

Há lugar no meu colo e no meu peito.
“Então tá combinado, é quase nada…”
A gente fica legal é desse jeito.