sexta-feira, agosto 29, 2008

::: Sem título :::
Ana Paula Mangeon

Faz tempo que me perdi de você, amor
Que esqueci seu nome, seu beijo
O tom agudo da sua voz.
Suas mazelas, suas canduras.
Fui ali e não voltei
Ou se voltei, não pude
Ficar.Não havemos de estar.
Abri uma janela e fugi,
Eu queria era morrer
Mas aconteceu: voei
.E fui voando, voando.
Viciei.

A casa que era nossa, só sua
O amor que era seu, só meu.
A porta da sala, a porta da rua.
Parti. Não resisti.
Não devia, mas eu disse até logo
Uma, duas, tantas vezes
Eu disse até logo.
Você entendeu adeus.

Dessa vez não vou voltar
Não vou lhe ver
Não vou me machucar.
O mundo é grande, eu sei
As paixões parcas
As desilusões doridas
Mas o que você evita por precaução
Eu busco. A dor é também vida.

Aqui, ali, acolá.No vôo, no mar.
Do outro lado da ponte,
Do outro lado do mundo.

Faz tempo que eu lhe perdi, amor
Mas eu tentei, não me arrependo.

Pobre de você que nunca me encontrou.
::: À desimportância do conteúdo :::
Ana Paula Mangeon

Nas entrelinhas ficou prometido
que não haveria mentiras.

Se eu tivesse mentido
prometer não mentir já teria sido a primeira.

Sim, beberam no teu copo.
Neste copo que já deu de beber a tantas bocas.

Mas ninguém nunca provou
do sentimento que eu te servi.
::: Mundo perfeito :::
Ana Paula Mangeon

Seria tudo justo e perfeito
Houvesse para todo fim, um principio
E um meio. Para todo prólogo
Um epílogo. Houvesse para toda
Mão uma luva, para todo som uma
Música. A todo bom dia se desse
Um sorriso. Para todo favor gratidão.
Para todo tropeço, perdão.

Seria tudo belo e magnífico
Houvesse para todo pôr-do-sol
Um expectador. Para todo poema
Uma musa e um leitor. Para toda saliva
Um beijo ou um sabor. Toda saudade, noticia.
E para todo desejo, malicia.

Para todo temporal, um banho
Ou uma fuga
Para todo sapato, um caminho.
Para todo caminho, uma direção.
Uma rota para todo vôo
E um avião.

Seria tudo doce e tranqüilo
Houvesse para toda escuridão
um farol. Para todo farol uma luz
Para toda luz uma estrela
E um pedido.

Para todo cansaço, um domingo.

Seria tudo outra coisa
Não houvesse tanto medo
Se ninguém se acostumasse
Se ninguém se acomodasse.

Seria tudo contente,
Tudo mais simples
Tudo folguedo
Se para toda pele
houvesse um zíper
E para toda alma,
um segredo.
.

quinta-feira, agosto 28, 2008

::: If I Loved You :::
Renato Russo
If I loved you
Time and again
I would try to say,
All I'd want you to know
If I loved you,
Words wouldn't come in an
Easy way
Round in circles I'd go
Longing to tell you
But afraid and shy
I'd let my golden chances
Pass me by
Soon you'd leave me
Off you would go
In the mist of day
Never never
To know
How I loved you
If I loved
You
::: Old Friend :::
Renato Russo

Everytime I've lost another lover
I call up my old friend
And say let's get together
I'm under the weather
Another love has suddenly come to an end

And he listens as I tell him my sad story
And wonders at my taste in men
And we wonder why I do it
And the pain of getting through it
And he laughs and says: "You'll do it again !"

And we sit in a bar and talk till two
'Bout life and love as old friends do
And tell each other what we've been through
How love is rare, life is strange
Nothing lasts, people change

And I ask him if his life is ever lonely
And if he ever feels despair
And he says he's learned to love it
'Cause that's really a part of it
And it helps him feel the good times when they're there

And we wonder if I'll live with any lover
Or spend my life alone
And the bartender is dozing
And it's getting time for closing
So we figure that I'll make it on my own

But we'll meet the year we're sixty-two
And travel the world as old friends do
And tell each other what we've been through
How love is rare, life is strange
Nothing lasts, people change

segunda-feira, agosto 25, 2008

::: 7 Things :::
Miley Cyrus

I probably shouldn't say this
But at times I get so scared
When I think about the previous
Relationship we've shared

It was awesome but we lost it
It's not possible for me not to care
Now we're standing in the rain
But nothin's ever gonna change until you hear, my dear

The 7 things I hate about you
You're vain, your games, you're insecure
You love me, you like her
You make me laugh, you make me cry
I don't know which side to buy
Your friends they're jerks
And when you act like them, just know it hurts
I wanna be with the one I know
And 7th thing I hate the most that you do
You make me love you

It's awkward and it's silent
As I wait for you to say
What I need to hear now
Your sincere apology
And when you mean it, I'll believe it
If you text it, I'll delete it
Let's be clear
I'm not coming back
You're taking 7 steps here

Compared to all the great things
That would take too long to write
I probably should mention
The 7 that I like

The 7 things I like about you
You hair, your eyes, your old levi's
And when we kiss, I'm hypnotized
You make me laugh, you make me cry
But I guess that's both I'll have to buy
Your hand in mine
When we're intertwined everything's alright
I wanna be with the one I know
And the 7th thing I like the most that you do
You make me love you

segunda-feira, agosto 18, 2008

::: Toda mulher tem um pouco :::
Tati Bernardi

De puta, de criança, de maluca. Toda mulher tem um pouco.
Falo por mim porque vivi pouco tempo para fazer afirmações maiores.
Falo por mim porque estou egoistamente presa na minha própria descoberta e existência.
Mas pelo que tenho visto por aí, toda mulher tem um pouco de tudo. E como é difícil ser feliz com tantos poucos para agradar. Fora os milhares de hormônios que tornam cada um desses poucos mais do que dá para aguentar.
E a cada suspiro, meus poucos se atrapalham: estou feliz ou com medo? Estou cansada ou excitada? Estou carente ou encantada? Estou fria ou fugidia?
Numa única noite eu fui um pouco tudo, eu quis um pouco de tudo. Quando alguém vai acompanhar meu ritmo?
Eu quis que ele não soubesse meu nome, depois quis ter o dele logo depois do meu. Eu quis que ninguém soubesse de tamanha traição. Depois quis gritar na janela como o proibido era sopro no meu coração.
Eu quis sentir o poder de abalar com a vida dele. Depois quis que ele voltasse direitinho pra casa e esquecesse que existe a fraqueza.
Eu quis ele por uma aventura, uma risada, uma distração. Depois quis o colo dele para sempre, mas fiquei com o meu pouco puta estampado na cara.
Como eu preciso ser amada meu Deus, pra parar de dar de bandeja o meu sorriso por aí. Eu tenho meu pouco criança estampado em cada linha que escrevo e em cada bobeira que falo na espera de atenção.
Maluca? Nas raras vezes que sou séria, me sinto tão maluca, que devo ser sempre maluca.
De pouco em pouco encho o papo de ansiedade. Quando o muito virá?
Eu nunca poderia ser feliz sem meu pouco trágica. Eu nunca posso estar satisfeita sem meu pouco idealista e eu nunca poderei ser mulher porque ainda falta pouco, muito pouco, mas eu sei que sempre faltará.
Me completo de poucos, mas sigo esperando demais de tudo. Comida para cada um desses poucos que são buracos na minha alma.
Meu pouco puta, safada, tarada, não tem um pingo de compostura. Meu pouco criança sofre e se diverte com o meu pouco louca. Meu pouco adulta perdoa tudo porque tem total consciência do meu pouco criança.
Mas cada pouco espera o grande momento. A grande virada. O longo suspiro de paz.
Cada pouco espera o colo, a excelente trepada, o beijo silenciador de neuroses, o abraço aquecedor de angústias.
Cada pouca criatividade espera o salário digno, o carro novo, o cheiro de cada coisa minha conquistada, o sono de quem não deve um centavo a ninguém.
Corro no desespero desses dias, da vida que virá, dos sonhos realizados, da felicidade, do sorriso banguelo da pureza infinita de um ser gerado por mim. Da luz.
Meu pouco pessimista sabe que nada disso pode acontecer. Mas sigo com meu pouco otimista, aprendendo que ele a cada dia aumenta um pouco.
Quem em cada pouco põe tudo que é merece ser feliz. E muito.

segunda-feira, agosto 11, 2008

::: Kiss Me :::
Sixpense Non The Richer

Kiss me out of the bearded barley
Nightly, beside the green, green grass
Swing, swing, swing the spinning step
You wear those shoes and I will wear that dress.

Oh, kiss me beneath the milky twilight
Lead me out on the moonlit floor
Lift your open hand
Strike up the band and make the fireflies dance
Silver moon's sparkling
So kiss me

Kiss me down by the broken tree house
Swing me upon its hanging tire
Bring, bring, bring your flowered hat
We'll take the trail marked on your father's map
::: Sex and The City :::
Carrie Bradshaw

"That was the night we stopped being a legend, and became real."

domingo, agosto 03, 2008

::: Versos Tristes :::
Ana Paula Mangeon

Palavras que nem sabes que disseste
eu sei e ouço. Já não é necessário som.
Conheço tuas minúcias, tuas sutilezas,
essa miséria de luz que carregas.
A energia funesta que emanas na presença e na ausência.

Conheço teus monocromas
teus gritos abafados n'alma
tuas lágrimas cristalizadas
teu sorriso em pó, instantâneo.
Enxergo todos os teus dramas e tuas mentiras.

Dias perdidos, horas desperdiçadas
o bem querer tolhido, rejeitado.
Tuas questões, tua melancolia.
Melancolia que é tua, não é minha.
Teus problemas abstratos,
Tua autopiedade metafísica.
Sei de cór a tua ladainha.

Palavras que nem sabes que disseste
eu já ouvi e não mais ouço.
Lavei a alma, irrompeu-se em mim a catarse.
A resignação que me habitava o corpo não mais existe
Livrei-me, enfim, da maldição de saber ler o teu olhar,
o teu olhar distante que só me recitava versos tristes.