sexta-feira, outubro 16, 2015

::: What Is Love :::
Veronika Bozeman

I would tell you that I love you tonight
But I know that I’ve got time on my side
Where you goin'? Why you leavin' so soon?
Is there somewhere else that’s better for you?

What is love if you’re not here with me?
What is love if it’s not guaranteed?
What is love if it just ups and leaves?
What is love if you're not here no more?
What is love if you’re not really sure?
What is love? What is love?

Tell myself I wouldn't cry when you're gone
But I know it's easier said than done
Look at me, look at me choked up now
Try to tell you but it won't come out

I can’t live without ya (I can’t live without ya)
I can’t live with ya (I can’t live with ya)
What goes around will come right back around
You won't know 'til it hit ya
We were supposed to be
We were supposed to be
We were supposed to be an empire

terça-feira, outubro 13, 2015

::: A VIDA TE DÁ SINAIS, ANTES DE TE DAR ALGUÉM… :::
Marcio Rodrigues 

Você quer alguém. Todos queremos.

O problema não é querer, é não saber enxergar quando se tem.

A vida dá um milhão de inacreditáveis sinais. Até irrita saber que muitas vezes simplesmente ignoramos. Às vezes por querermos tanto apenas aquilo que queremos e o que julgamos bom para nós, ao invés de valorizarmos o que temos e o que vida nos dá; às vezes pela insistência idiota em exergar migalhas de qualidades em pessoas que nos dão gigantes pedaços de dor.
A vida é clichê, mas não é previsível.

Isso quer dizer que é verdade aquilo de que “o que passou, passou”, mas nunca sabemos como vai passar.

Sabe aquela pessoa que não presta, mas que você insiste em dar atenção? Ok, vamos suavizar: sabe aquela pessoa que só visualiza suas mensagens mas que você insiste em continuar conversando? (ps: Essas pessoas não prestam! Mas, diga, quem nunca? Então também não prestamos? Hm…) E aquela então que parece te anular dos planos e sempre tem uma desculpa para as suas ideias sobre o que fazer no fim de semana? Aqui temos dois lados:  1) você sendo honesto e fazendo o que pode para convencer esta pessoa como a quer bem; 2) você sendo cego e não enxergando que merece muito mais do que isso, que merece alguém que te faça sentir como você sempre fez todo mundo se sentir, que merece viver partes boas da vida já que a coleção de partes ruins já está cheia.

E como é que isso acontece?

Talvez começando a reparar nos sinais que a vida te dá.

Pensemos na essência do viver: a vida não é baseada na sua rotina de trabalho, casa, estudo, fim de semana, raiva da segunda-feira, trabalho, casa, fim de semana, raiva da segunda-feira, etc.
A vida é baseada em acordar, tomar um bom café, vestir uma roupa que gosta, colocar uma música boa nos fones, ler um bom livro na ida ao trabalho, dar o seu melhor no trabalho, ter uma volta tranquila, reservar um horário para a família e amigos, todos os dias até o fim de semana chegar e aproveitá-lo como desejar, agradecer pela folga, se preparar para a segunda-feira, se lembrar dos sonhos para realizar e de como você precisa se dar bem no trabalho para isso, acordar na segunda, tomar um bom café e por aí vai.

Muito mais que momentos, a vida é feita de segundos.

É dentro de um segundo despretensioso que está o like daquela pessoa naquela sua selfie, é num segundo que está o seu like naquela foto que curtiu pensando “hm, gostei dessa”, é dentro daquele segundo de: “oi, vamos fazer algo hoje?”, é dentro daquele segundo de “beleza, vamos!” depois de um “oi, vamos fazer algo hoje?”, é dentro daquela mensagem que pode ser recheada de malícia como quem não quer nada, é dentro daquele elogio surpreendente ao invés de só uma palavra qualquer para chamar atenção. Ufa! São tantos segundos que vivemos, tantas chances para aproveitamos, tantos sinais que a vida dá, antes de nos dar alguém.

Dentro desse raciocínio cabe a você pensar: Será que está perdendo seu tempo com quem não quer aproveitá-lo com você ou está sabendo aproveitar seu tempo com quem comemora poder viver alguns deles com você? Ou seja: tem corrido atrás de quem não corre atrás ou agora tem corrido ao lado de quem sempre correu atrás de você?

É muito cômodo jogar nas costas da vida o peso das coisas não darem certo.

“Já entendi que meu destino é sofrer”, “só conheço gente que não presta”, “a vida não vai muito com a minha cara”, “eu nem lembro da última vez que fui feliz”. São tantas reclamações que entendo como deve ser impossível enxergar alguma coisa boa no meio disso tudo. Mas acredite: há. Sempre houve. Sempre haverá.

Você sabe que lá no fundo a vida tem te dado um monte de sinais como se falasse: “vem por aqui pra ser feliz”, mas você prefere ignorar e ir na direção do “quero insistir, vai que dar certo”. Você sabe que já ignorou muitas pessoas ao mesmo tempo que dava atenção para outras que, por sua vez, te ignoravam.

Preste mais atenção nas mensagens que te respondem do que nas que te ignoram.

Não me diga que teu argumento é aquele de que “a gente gosta mesmo é do difícil”. Se fosse assim seríamos eternos apaixonados pelo trânsito de todos os dias, pelo metrô lotado, pelo aumento que nunca vem, pelo cabelo que acorda uma bosta e, bem, convenhamos que não. “Ah, mas isso de difícil é mais no sentido sentimental”.

Ok, então seríamos eternos apaixonados por mensagens ignoradas, por agressões, por desconfiança, por traição, nossa, amaríamos ser traídos! Uau, como gostamos do difícil! Não me venha com essa! A gente gosta mesmo é de ser feliz, só vamos aprendendo a lidar com os meios. Desse modo, é inteligente saber enxergar, repito, os sinais que a vida dá antes de te dar alguém.

Tem alguém dentro desses sinais. Talvez não alguém que morrerá ao lado (ou sim?), talvez não alguém como aquele tipo que você costuma gostar (ou passará a ser?), mas alguém disposto a te provar que você não é só mais um alguém.

domingo, setembro 20, 2015

::: Canção Pra Não Voltar :::
A Banda Mais Bonita da Cidade

Não volte pra casa, meu amor, que aqui é triste
Não volte pro mundo onde você não existe
Não volte mais
Não olhe pra trás
Mas não se esqueça de mim, não
Não me lembre que o sol nasce no leste e no oeste morre depois
O que acontece é triste demais
Pra quem não sabe viver, pra quem não sabe amar

Não volte pra casa, meu amor, que a casa é triste
Desde que você partiu, aqui nada existe
Então não adianta voltar
Acabou o seu tempo, acabou o seu mar, acabou seu dia
Acabou, acabou

Não volte pra casa, meu amor, que aqui é triste
Vá voar com o vento que só lá você existe
Não esqueça que não sei mais nada
Nada de você
Não me espere porque eu não volto logo
Não nade porque eu me afogo
Não voe porque eu caio do ar
Não sei flutuar nas nuvens como você
Você não vai entender
Que eu não sei voar
Eu não sei mais nada

Dó com baixo em dó
Sol com baixo em si
Lá com baixo em lá
Lá com baixo em sol
Fá com baixo em fá
Fá com baixo em fá sustenido
Sol com baixo em sol
Sol com lá bemol
Dó maior com dó
Sol maior com si
Lá menor com lá
Lá menor com sol
Fá com baixo em fá
Fá com baixo em fá sustenido
Sol com baixo em sol
Sol com lá bemol

sábado, setembro 19, 2015

::: Como vi meu ex se apaixonar por outra pelo Facebook :::
Kirsten King

Era uma tortura, mas fiquei viciada em saber tudo o que rolava com ele pelas redes sociais.

Nós terminamos no estacionamento de uma pizzaria. Ele queria casar. Queria filhos, um emprego decente e um quintal grande para ter cachorros. Eu queria Nova York. E Londres. Talvez a Tailândia por um ou dois anos. Queria escrever e morar num apartamento horrível e viver uma paixão desajustada. Eu tinha acabado de fazer 21 anos e ainda não queria algo tão fácil.

Pedimos uma pizza para viagem, sentamos no carro dele e comemos em silêncio. Preferimos isso a pagar o serviço e ouvir a rádio horrível dos anos 90 que tocava dentro do restaurante, ou talvez fosse simplesmente melhor comer em silêncio.

“Tem alguma coisa errada”, eu falei.

“Erraram o pedido?”, ele perguntou preocupado, me lembrando porque eu amava ele.

“Não. Não com a pizza. Com a gente”, eu falei.

Sobrou um pouco de molho no queixo dele. Limpei com o dedo, mesmo sem saber se deveria. Chorando, nos prometemos várias coisas impossíveis, com a pizza não-comida gelando nos nossos pés. Quem sabe em alguns anos, falamos. E eu acreditei nisso por mais tempo do que deveria.

Foi minha justificativa para, três meses depois, espiar o perfil de Facebook dele durante uma madrugada. Eu me prometi que só queria saber se eles estava bem. Eu me convenci que só queria saber se ele tinha conseguido um emprego. Sabe, checar se está tudo bem com os pais deles. Sempre havia um motivo para visitar o perfil dele.

A primeira foto deles juntos foi tirada em uma festa. Acho que era uma festa pelo copo de plástico na mão dela e o sorrisinho meio bêbado dele – aquele do qual eu tanto tirava sarro. Ele segurava ela pela cintura e enquanto eu olhava para a tela do computador, tentei não me lembrar de como eu me sentia quando ele colocava a mão na minha cintura. Talvez eles sejam só amigos. Será que eles já se conheciam enquanto namorávamos? Fiquei pensando se já tinham dormido juntos.

Eu me lembrei que não tinha o direito de me importar com isso. Mas eu me importei. Eu fechei o laptop com tudo. Já tinha me torturado o suficiente por uma noite. Mas assim que eu dormi, sonhei com ele.

Era inverno. A neve estava suja no estacionamento da loja de conveniência onde compramos papel higiênico. Estávamos encostados no carro e eu sentia que estava congelando. Ele respirou perto de mim, aquela nuvem de ar quente me aquecendo. Como em qualquer sonho desse tipo, a história não fazia sentido algum. Por que estávamos parados e não andando? Por que estávamos dirigindo o carro da minha mãe em vez do dele? Por que ele estava sem casaco? Por que ainda estávamos juntos?

Eu tirei minhas luvas e coloquei as mãos por baixo da camiseta dele, procurando seu peito. Ele sentiu arrepio e sorriu para mim.

“Eu só estou aqui para aquecer suas mãos, né?”, ele disse.

“Talvez”, eu dei uma risadinha.

Acordei com frio, procurando por ele na minha cama.

O momento depois de acordar sempre foi o pior de todos. Naquele momento, eu sentia que o sonho era real, que talvez a gente nunca tivesse terminado. Naquele momento em que eu voltava a dormir, desejando mais do que tudo colocar minhas mãos no peito dele. Aquele momento em que eu lembrava quão fácil era amar e ser amada e que parecia impossível que aquilo não fosse mais o caso.

Eu peguei meu celular no criado-mudo e dei uma olhada no Twitter. Eu precisava estar com ele, do jeito que fosse. Lendo os posts dele, conseguia ouvir a sua voz. Eu imaginava ele dando risada das próprias piadas antes de postar e sorria pensando nisso. Eu ouvia tão bem a voz dele que por um minuto nem me senti tão sozinha.

Seis meses depois de terminar, outra foto surgiu: ele e a garota do copo de plástico num jogo de baseball. Senti um nó no estômago quando entendi que ela se tornaria alguém presente na vida dele. Olhei aquela foto, cada um segurava uma bebida. Me perguntei se ela gostava de esportes ou só estava lá pela cerveja e pelos cachorros quentes, como eu. Ou se ela adorava olhar a calça justa dos jogadores, ou falar do pessoal bêbado em volta dela. Ou se eles estavam se divertindo.

Vendo eles juntos, com aqueles sorrisos sinceros e copos cheios, ainda assim não entendi que ele tinha superado. Talvez em alguns anos – eu sempre lembrava daquela promessa com facilidade. Eu não queria ele agora, mas isso não significava que eu não poderia ter ele nunca mais.

Eu não conseguia aceitar que ele podia se apaixonar por outra enquanto eu ainda o amava. Naquela época, eu não entendia que o amor podia ser algo tão platônico. Eu não conseguia imaginar que ele falava para ela coisas que tinha falado para mim, ou que olhava para ela do mesmo jeito que me olhou um dia.

Estava tão iludida que sentia dó dela. Aquela coitada que tinha um namorado que amava a ex. Engraçado como é fácil acreditar no inacreditável para não se magoar.

Eu pensava nele deitado na cama, olhando para o teto, desejando que aquela garota ao lado dele fosse eu. Era mais fácil imaginar que ele não conseguia dormir, me procurando pela cama, do que acreditar na real: que ele não estava pensando em mim.

A internet me contou várias coisas sobre ela. Que ela era linda e inteligente. Que ela era sociável e tinha um sorriso doce. Eu queria odiá-la, mas não conseguia. Ela tirava fotos com crianças e sorria de forma muito sincera. Ela ria de um jeito que me parecia autêntico. Ela parecia uma daquelas mulheres que não demora para se arrumar.

Olhava para a foto do perfil dela e depois para a do meu, tentando sair de dentro de mim e ser um juiz justo comparando nós duas. Olhava para nossos perfis e via tudo que a gente tinha em comum, e tudo que a gente não tinha. Meu rosto é mais angular que o dela, meu cabelo é menos loiros. Meu sorriso não é tão espontâneo, a não ser nas fotos em que eu estava com ele. Ela fazia mais trabalho voluntário que eu, mas eu parecia sair mais. Ela parecia vir de uma família com dinheiro, e eu parecia viver de roupas de doação e uma lista de supermercado enxuta. A gente tinha nossas diferenças, mas também tinha similaridades óbvias: amávamos nossas famílias, nossos amigos e o mesmo cara.

Foram meses assistindo eles se marcarem em fotos até a mudança do status de relacionamento. Eu sofria vendo eles trocando piadas internas no Twitter e especulava do que eles estavam falando. Percebi quando ela ficou amiga das irmãs dele e tirou fotos com a sogra. Fui a espectadora da viagem de férias dele, enquanto ele usava um relógio que foi presente meu. Vi eles dirigindo juntos no carro em que nos beijamos - o mesmo carro em que terminamos.

Eu vi o relacionamento deles chegar a fases que o nosso tinha chegado, e a fases que não tinha.

Eu me perguntava se eles brigavam. Me perguntava se o que ele fazia que tanto me irritava também incomodava ela. Me perguntava se ela também queria o quintal grande e o emprego estável.

Sim, eu poderia parar de acompanhar eles a qualquer momento, mas era um vício. Eu queria saber o que ia acontecer. Se eles iam dar certo. Ou, talvez, se não iam.

Apesar de me torturar tanto, nunca falei com ele.

Eu ainda queria Nova York. E Londres. E talvez a Tailândia por um ou dois anos. Nada tinha mudado. Mas eu gostava de ver as fotos daquele dentucinho. Eu gostava das caras bobas que ele fazia quando não estava pronto para a foto. Ele me lembrava de como era me apaixonar, e eu gostava disso.

Nós estávamos em caminhos opostos, mas eu ainda sentia uma atração inexplicável por ele. Era tão bom ter ele ali, tão acessível, mesmo se ele não estivesse de fato.

Eu não me achava uma stalker, mas talvez eu fosse – espiando a vida feliz de alguém por uma janela virtual. Acho que pensava que, só por vê-lo na tela do computador, de alguma forma ele ainda era meu e talvez eu não estivesse sozinha e talvez alguém me amasse. Talvez ele também estivesse espiando minha vida.

Com o passar do tempo, entrei menos no perfil dele. E quando eu entrava, não doía mais tanto. Ao contrário, passou a ser quase um tédio, uma dor familiar que deixa cicatriz, mas você sente mais a dor pela lembrança do que por qualquer outra coisa.

Comecei a conseguir passar uma hora sem pensar nele. Depois foram algumas horas, um dia, uma semana, um mês.

Hoje, quando entro no perfil dele, quase não sinto mais nada. Tenho orgulho quando algo de bom acontece na carreira dele, e fico triste se alguém morre. Fico feliz por ele estar apaixonado. Fico feliz que a garota do copo de plástico encontrou um homem tão bom.

Talvez hoje ele seja diferente. Não dê aquele ronquinho quando ri ou não faça sanduíche de pizza antes de comer. Talvez eu não conheça mais ele. Ainda assim, entrar no perfil dele me lembra de como fui capaz de amar e que sou digna de ser amada. Eu me lembro de que quando você realmente se importa com a outra pessoa, você nunca realmente a esquece.

quarta-feira, setembro 09, 2015

::: Rio de Janeiro ::: 
João Luis Jr

[uma coisa que aconteceu comigo semana passada no metrô e que, se eu fosse convidado pra participar de uma dessas coletâneas do tipo "i love rio" seria a trama do meu segmento]

daí que eu tinha saído do futebol lá na tijuca e entrei no metrô. no rosto aquele cansaço e aquele desespero que apenas o atleta de meio de semana e o jogador profissional márcio araújo conseguem demonstrar, o corpo como uma imensa pokebóla contendo dentro dela um pokemon chamado “dor” que falaria apenas “dor dor dor dor...arrependimento!”.

por ser a primeira estação as cadeiras tão vazias, sem aquele dilema moral de sentar ou não, então pego uma cadeira perto do final do vagão, me sento, coloco minha mochila do lado, vou dar aquela respirada funda que apenas pessoas cansadas e psicopatas de filme dão, e o metrô vai chegando na segunda estação. logo após ele chegar, eu, já respirando normalmente, decido pegar um livro na mochila e começo um elaborado processo de busca arqueológica porque apenas vou jogando as coisas lá dentro, sem muito critério.

é aí então que ouço a porta do fundo do vagão se abrindo - não era daqueles vagões novos, vazados, era dos vagões antigos, com portinha de maçaneta - mas sigo na busca pelo livro, que aparentemente se colocou entre uma cueca e meu tênis de ir pro trabalho. e aí eu, olhando na direção contrária, ouço o cara que acabou de entrar no vagão gritar bem alto

“QUEM TIVER DINHEIRO NA CARTEIRA AÍ JÁ PODE IR SEPARANDO PRA ME PASSAR, NADA DE GRACINHA, PODE SEPARAR...”

e aí o tempo, num fenômeno que eu, que tranquei a faculdade de ciência no terceiro período, só posso classificar como “muito doido”, se dilata mas também se comprime. se dilata porque eu tive tempo de pensar cerca de mil vezes o mantra “perdi tudo, vou morrer, perdi tudo, vou morrer, perdi tudo, vou morrer” e comprime porque eu nem tive tempo de conseguir achar a caceta do livro. tava muito escondido o livro. eu preciso organizar melhor essa bolsa, tá complicado achar qualquer coisa.

mas era aquilo. perdeu perdeu, e quando tu perde tu apenas perde, respira fundo, aceita que é a vida, aguenta o parabéns, com vela e tudo, com é big é big é big, porque se reagir é pior, vamos viver pra lutar outro dia. mas aí o cara, que tinha invadido o vagão gritando, completa a frase dele, é claro.

“QUEM TIVER DINHEIRO NA CARTEIRA AÍ JÁ PODE IR SEPARANDO PRA ME PASSAR, NADA DE GRACINHA, PODE SEPARAR...”

“...PORQUE EU TÔ VENDENDO O CHOCOLATE MAIS GOSTOSO DO RIO DE JANEIRO!”

e aí ele dá uma risada. aquela risada gostosa, aquela risada cheia, aquela risada do olho brilhar.

o filho da puta.

o filho da puta tava vendendo chocolate.

o filho da puta tava vendendo suflair.

peguei meu livro, xingando baixinho só pra mim. as pessoas ainda compraram uns 10 reais de suflair dele. a galera é foda, sério. a galera é foda.

quarta-feira, agosto 19, 2015

::: A diferença entre gostar, se apaixonar e amar :::
Por Jéssica Pellegrini

Gostar é muito relativo.
Gostar de alguém é sentir um frio na barriga, mas manter os pés no chão. Gostar é querer estar junto, mas sem descartar outras oportunidades. Gostar é beijar, mas de vez em quando, abrir os olhos discretamente para conferir o ambiente. Gostar é abraçar forte, mas não por muito tempo. Gostar é se dedicar, mas com limites impostos. Gostar é querer ter, mas não ser seu. Gostar é querer dormir junto, mas acordar cedo no dia seguinte para outros compromissos.

Gostar é sair, mas voltar para o trabalho pontualmente. Gostar é admirar as qualidades, mas ainda reparar nos poucos ou pequenos defeitos. Gostar é andar de mãos dadas, mas não sentir segurança. Gostar é dividir o chocolate preferido, mas ainda assim, ficar com a maior parte.

Gostar é passar o domingo juntos, mas fazer planos mirabolantes na segunda-feira. Gostar é tirar do sério, mas com finalidade de testar o ponto fraco do outro. Gostar é frequentar a sua casa, mas com o status de estarem se conhecendo. Gostar é fazer planos, mas não ultrapassar mais de três dias. Gostar é viajar, mas sentir saudade do que ainda não acabou.

Gostar de alguém é como ter o jogo ganho, mas faltar uma carta. O verbo gostar traz consigo muitas incertezas e, ao mesmo tempo, muitas descobertas. Gostar de alguém é um risco do desconhecido.

Ao se apaixonar, você enlouquece.
Depois de conhecer um pouco esse alguém, as atitudes e as vontades acabam ficando completamente incontroláveis. A paixão é um sentimento que descontrola qualquer racionalidade. As emoções explícitas são a principal marca dessa sensação.

Se apaixonar por alguém é sinônimo de entrega absoluta. Os erros se tornam acertos, o longe se torna perto, o tarde se torna cedo, a noite se torna dia, a pobreza se torna riqueza, o frio se torna calor, o ruim se torna bom, a fome se torna saudade, o sono se torna pensamentos.

Se apaixonar por alguém é se perder, ou se encontrar por alguém.

Se apaixonar é sentir o sangue correr nas veias e sentir arrepios com simples toques. Se apaixonar é descobrir qualquer tipo de alegria na dor, é expressar através do olhar o que as palavras não são capazes de traduzir. Se apaixonar é perder prazos, horários e tarefas importantes. Se apaixonar é se doar, é correr contra o tempo, é se permitir e sem restrições, deixar transparecer o melhor que você possa ser.

Se apaixonar é tirar a roupa sem pensar duas vezes. Se apaixonar é curtir todos os momentos, e em cada brecha, encontrar uma chance para satisfazer os desejos. Se apaixonar é agir por impulso e depois arcar com as consequências, boas ou ruins. Se apaixonar é sentir um tesão incontrolável, é deixar a vontade carnal sobressair ao seu juízo. Se apaixonar é suar, tremer, gritar, gemer, arranhar, morder.

Se apaixonar é ficar cego. E só depois de incendiar todas as labaredas, tentar se acalmar e fazer de tudo para manter todas as chamas acesas.

Amar alguém é ter todas as certezas de uma só vez.
Amar alguém é viver o presente, absorver o melhor do passado e planejar o futuro. Amar alguém é transformar os sonhos em realidade. Amar alguém é cuidar, zelar e proteger. Amar alguém é não ter dúvidas. Amar alguém é transformar uma briga em um ensinamento. Amar alguém é criar laços, ter filhos, envelhecer lado a lado. Amar alguém é resistir a todas as tentações, desavenças, crises, ciúmes, egoísmo. Amar alguém é surpreender, é presentear. Amar alguém é deixar claro o quanto essa pessoa é essencial, é dizer o quanto tudo mudou desde que ela se fez notável, é não ter vergonha de demonstrar qualquer afeto.

Amar alguém é se libertar, compartilhar e somar. Amar alguém é oferecermos toda a nossa bagagem de experiências, para conhecer e compreender o outro. Amar alguém é fazer essa pessoa feliz, proporcionar noites de sono tranquilas, é suprir todas as necessidades. Amar alguém é estender as mãos, apoiar, contrariar, mas nunca abandonar.

Amar alguém é trabalhar a paciência. É ressaltar a persistência e provar toda a sua determinação. Amar alguém não é um sacrifício, é sentir-se leve. Amar alguém não é se prender, é ter muitas opções e ainda assim, escolher ficar.

Amar alguém é abrir mão do seu amor. Amar alguém, às vezes, pode ser a sua pior dor. Amar alguém é uma ferida que nunca vai cicatrizar ou deixar de existir. Amar alguém é carregar consigo a pessoa, por onde quer que você esteja. Amar alguém é, em alguns casos, uma renúncia. Amar alguém é querer esquecer, e não conseguir. Amar alguém é decisão do seu coração, e não uma opção indicada pelo seu dedo. Amar alguém não é responsabilidade do cupido, é a sentença que precisa ser cumprida. Amar alguém é confiar, transmitir segurança e não medir esforços.

Amar alguém é deixar a pessoa partir, e ainda assim, fazer de tudo para ela voltar. Amar alguém é sofrer calado ao ver que esse amor, não é mais seu. Amar alguém é ser repetitivo, tanto nas lágrimas que insistem em escorrer, quanto nos assuntos recorrentes. Amar alguém é perdoar e ceder.

Amar é precisar desistir, é perder todas as forças, mas continuar insistindo.

Em todos os casos mencionados acima, eu não prometo um final feliz. Afinal, os sentimentos são como o mar: seduzem e depois podem afogar. De qualquer forma, a regra é clara: o que me oferecerem, eu ofereço três vezes mais.

Por garantia de qualidade, a satisfação comprovada vai te fazer voltar mais vezes.

E você vai casar comigo, sem mais.

sexta-feira, maio 22, 2015

::: Encerrando Ciclos :::
Gloria Hurtado

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu... Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora... Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és. E lembra-te:Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.

domingo, maio 03, 2015

::: Oração :::
A Banda Mais Bonita da Cidade

Meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa

Cabe o meu amor
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois

Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa

Cabe o meu amor
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe nós dois

Cabe até o meu amor, essa é a última oração
Pra salvar seu coração
Coração não é tão simples quanto pensa
Nele cabe o que não cabe na despensa

Cabe o meu amor
Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira
Cabe essa oração

sábado, abril 25, 2015

::: A Despedida do Amor :::
Martha Medeiros

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.

É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente…

E só então a gente poderá amar, de novo.

Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos.

A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…

sexta-feira, abril 17, 2015

::: This Time :::
Darren Criss

These walls and all these picture frames
Every name they show
These halls I've walked a thousand times
Heartbreaks and valentines, friends of mine all know

I look at everything I was
And everything I ever loved
And I can see how much I've grown
And though the mirror doesn't see it
It's clear to me, I feel it
I can make it on my own

I'm not afraid of moving on and letting go
It's just so hard to say goodbye to what I know
I know

This time no one's gonna say goodbye
I keep you in this heart of mine
This time I know it's never over
No matter who or what I am
I'll carry where we all began
This time that we had, I will hold forever

This old familiar place is
Where every face is another part of me
I played a different game then
They called me a different name then

I think of all the things I did
And how I wish I knew what I know now
I see how far I've come and what I got right
When I was looking for that spotlight
I was looking for myself
Got over what I was afraid of
I showed 'em all that I was made of
More than trophies on a shelf

For all the battles that we lost or might have won
I never stopped believing in the words we sung
We sung

I'm looking out from the crossroads
I don't know how far away I will roll
I take a breath, I close my eyes
Your voice will carry me home

I keep you in this heart of mine
This time I know it's never over
No matter who or what I am
I'll carry where we all began
This time that we had, I will hold
This time that we had, I will hold
This time that we had, I will hold forever
Forever