segunda-feira, maio 12, 2008

::: Dos amores que sei e não sei. :::
Ana Paula Mangeon

Nada sei desse amor encapsulado num só corpo
Desse amor olho, nariz e orelha
Desse amor com endereço e código postal
Desse amor dominical sagrado
Desse amor coerente, desse amor ajustado

Nada sei desse amor namorada e namorado.
Desse amor de acordar do lado
Desse amor cara amassada,
Desse amor escovas de dente.
Desse amor devoto, desse amor escravo.

O amor que sei é aquele que levo comigo
Que passeia na noite, que quer pouso não casa.
Que quer a porta da rua, janela.
Amor delicado sim, mas etéreo.
Amor sem esperança, mas esperado.
Amor amorfo, amor errante.
Amor sem sobrenome, amor instante.

O amor que sei é o amor que de tão breve e tão a esmo
no momento em que se consuma acaba consumido por si mesmo.

Nenhum comentário: