quarta-feira, julho 09, 2008

::: Das coisas que a gente sempre sabe :::
Ana Paula Mangeon

A gente sabe, a gente sempre sabe
quando a coisa está bem ou está mal.
Quando o olho perde o brilho, quando o sorriso ilumina.
A gente sempre sabe quando a mão quer ou não a mão,
quando a presença é ou não mais é imprescindível.
A gente sempre sabe o limite da paixão,
onde transmuta em carinho,
quando vira só admiração
e quando já estava mesmo tudo perdido.

A gente sabe, a gente sempre sabe.

A gente sempre sabe a hora de avançar e a hora de recuar.
A gente sempre sabe reconhecer subterfúgios e estratagemas.
A gente sempre sabe o pulo do gato e a rota de fuga.
A gente sempre sabe o início, o meio e o fim.

A gente sabe, a gente sempre sabe.

E a gente sempre sabe que às vezes a gente corta,
tenta arrancar, lava com álcool e removedor,
mas a coisa fica ainda ali, incubada, latente,
aguardando uma distração para se manifestar.

São velhas conhecidas as mentiras que a gente inventa.

A gente sabe, a gente sempre sabe quando a fonte seca
e quando ainda há água para nossa sede eterna.

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